Adolescência no Divã

Adolescência no divã
O acompanhamento psicológico tem a cada dia ganhado mais espaço na mídia, nas famílias, e mesmo nas escolas. Durante muito tempo visto como “coisa de maluco” (sem nos atermos aqui, pelo menos no momento, ao que seria exatamente “coisa de maluco”), finalmente, o assunto tem se tornado menos tabu, visto que é inegável sua importância para a saúde mental.
As novas gerações têm contribuído nesse sentido, pois são muitos os que valorizam a psicoterapia como um lugar de fala, de autoconhecimento, de reflexão, enfim, de transformação. E de transformação, se tem alguém que entende, são os jovens.
Qual o papel da psicoterapia na adolescência?
A adolescência é um período marcado por mudanças físicas, mas também psicológicas, podendo, por isso mesmo, ser permeado por dúvidas. Nessa fase, é comum o surgimento de experiências que podem trazer grande sofrimento, levando assim à necessidade de busca por um profissional especializado.
Não sabendo bem como expressar seus sentimentos e angústias, os adolescentes podem acabar por externalizá-los através de comportamentos arredios ou mesmo agressivos. Podem perder o interesse por atividades antes prazerosas, como passeios em família ou a realização de atividades escolares, para dar alguns exemplos.
A psicoterapia tem como objetivo melhorar a qualidade de vida, favorecendo uma adolescência mais prazerosa e saudável.
O jovem questiona sobre a autoridade dos adultos, sobre o mundo que estes lhe entregam, sobre o que é esperado dele, mas também sobre seus corpos e seus sonhos (muitas vezes diferentes daqueles que sonharam para ele). A incompreensão por parte dos adultos, da família e de cuidadores — mesmo que genuinamente preocupados — pode favorecer o distanciamento em meio a tantas pressões e dúvidas.
Já falamos aqui no blog sobre a alcunha de rebelde normalmente dada ao adolescente, mas em certo tom de rebeldia, questionam também os pais: “Como assim não somos mais importantes para nosso filho ou nossa filha?”. É claro que continuam sendo muito importantes, porém, agora, de uma forma diferente. Os jovens podem apontar caminhos inéditos, acenam para mudanças nem sempre claras aos adultos, e isso pode ser um tanto assustador, para ambos.
É justamente aí que entra o olhar especializado e atento da psicóloga, cuja finalidade é compreender os filhos e filhas em seus processos de descoberta de caminhos possíveis, pois é através do contato com suas emoções que podem compreendê-las para delas tirar assim o melhor que puderem. Não se trata, portanto, de negá-las ou meramente aceitá-las resignadamente, mas de, no fazer terapêutico, dar-lhes novos contornos.
Sendo assim, pais e responsáveis devem também estar preparados para novas parcerias e, por conseguinte, para a construção de arranjos renovados. Como dito, os pais não perdem sua relevância, mas passam agora, na dita adolescência, a responderem por outras demandas. É preciso, portanto, pensar na construção de outras relações.
Apesar dos desafios, a adolescência não precisa ser um período penoso nem para o jovem nem para os adultos, que podem e devem procurar apoio.
É natural que com a adolescência venha a necessidade de se estabelecer novos laços para além dos familiares, como aqueles que permitam ao adolescente compartilhar outras visões de mundo e que os façam se diferenciar daqueles indivíduos que já conhecem. É justamente esse processo que abre as portas para sua singularidade como pessoa ao buscar por uma identidade própria.
Por que procurar ajuda?
Não é incomum que durante a adolescência surjam sintomas como irritabilidade, stress, ansiedade e mesmo transtornos, quadros depressivos e pensamentos suicidas. No entanto, não são muitos os adolescentes que buscam ajuda por iniciativa própria, sobretudo aqueles que não se sentem seguros para falar com seus responsáveis a respeito de assuntos mais íntimos. Na maioria das vezes, são os pais, ou profissionais, como médicos e professores, que notam algo de conflituoso e sugerem tratamento.
Há ainda responsáveis que não procuram ajuda por falta de informação, preconceito, ou por acreditarem (ou quererem acreditar) que o adolescente vive apenas uma dificuldade passageira, ou mesmo, que não tem maturidade suficiente para terapia. Porém, é justamente o contrário: a adolescência é comprovadamente um momento propício para o acompanhamento psicológico, já que os jovens aprendem com facilidade e são propensos a mudanças.
É urgente enxergar o processo terapêutico tanto em seu caráter interventivo como preventivo.
Como os pais participam do processo?
Não existem regras fixas quanto à participação dos pais. Por vezes, a primeira sessão é marcada com eles, com o objetivo de se conhecer a demanda familiar ao ouvi-los falar sobre o adolescente. Ou não. Sendo o olhar do profissional individualizado e o processo terapêutico sempre único, não existe uma terapia igual à outra. O processo é desenhado no decorrer dos encontros conforme as necessidades forem surgindo.
Vale ressaltar que adolescente está protegido pelo sigilo profissional garantido pelo Código de Ética do Psicólogo, e que só serão discutidos com os pais, ou qualquer responsável — e se este for o caso — conteúdos previamente combinados em conjunto com o adolescente.
O que se fala na terapia, fica na terapia.
O adolescente pode buscar a psicoterapia por conta própria?
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) exige que ao menos um dos pais ou responsável autorize o tratamento. Logo, o adolescente que gostaria de ajuda, deve conversar com seus pais sobre fazer terapia. Na conversa, não é necessário entrar em detalhes sobre o que se está sentindo, a menos que se sinta confortável para isso. O objetivo é deixar claro o quanto é pertinente para o seu bem-estar poder conversar com um profissional.
A psicoterapia para adolescentes “funciona”?
No caso específico da adolescência, a psicoterapia tem se mostrado de grande auxílio no enfrentamento das questões que comumente geram sofrimento na fase, independentemente da suposta gravidade do problema. O processo terapêutico se propõe a desvelar os recursos necessários para que o jovem desenvolva as habilidades que precisa para um amadurecimento saudável em direção a uma vida mais rica, não só no futuro, mas já.
Sobre mim
Em minha longa jornada na Educação, conheci — e sigo conhecendo — adolescentes e jovens inspiradores. Foram eles que despertaram em mim o desejo de buscar compreender a complexidade humana, tão efervescente quanto encantadora nesta fase da vida. Conquistei, assim, minha segunda graduação em Psicologia e realizo atendimentos a adolescentes e adultos, nas modalidades presencial e online.
Experiência profissional
Especialista em Psicologia Clínica - NUCAFE
Especialista em Psicopedagogia - IBMR-RJ (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação)
Graduação em Psicologia - USU-RJ (Universidade Santa Úrsula)
Formação em Mediação de Conflitos Escolares - SEMED (Secretaria Municipal de Educação de Macaé)
Formação em Educação, Drogas e Saúde nas Escolas - Fundação CECIERJ (Centro de Ciências e Educação Superior do Estado do Rio de Janeiro)
Formação em Interfaces do Suicídio - CEPUERJ (Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Graduação em Letras - USU-RJ (Universidade Santa Úrsula)
Especialista em Língua Inglesa - PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
Atuação no Projeto Despertar - Núcleo de Assistência à Saúde Mental Casa Verde - Botafogo-RJ
Atuação junto aos casos de pessoas portadoras de transtorno mental usuárias de álcool e outras drogas.

Perguntas Frequentes
Algumas das perguntas mais comuns que recebo...
Qual o valor da sessão?
O Código de Ética Profissional do Psicólogo (art.20) não permite a divulgação de valores. Entre em contato para saber mais.
Posso utilizar plano de saúde?
Os atendimentos são realizados somente de forma particular.
Quanto tempo dura o tratamento?
Não podemos determinar um tempo fixo para a terapia, pois é preciso respeitar as singularidades pessoais. Além disso, o tempo varia conforme a demanda, a frequência nas sessões e o vínculo terapêutico.
Qual a periodicidade das sessões?
Os atendimentos duram em média 50 minutos e ocorrem uma vez por semana em horário fixo. A frequência semanal é fundamental para a construção de um bom vínculo terapêutico.
Sou menor de idade, como devo fazer?
O primeiro passo é conversar com seus responsáveis e pedir que entrem em contato e deem o ok para agendarmos uma primeira conversa. Ali, vamos nos conhecer, e antes da primeira sessão, um dos responsáveis assina uma autorização e já podemos começar.
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